sexta-feira, 31 de julho de 2009

Transporte urbano



100% BIOCOMBUSTÍVEL

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Antonio Ferro


Curitiba será a primeira cidade brasileira a testar em seus ônibus urbanos o uso de biodiesel sem a mistura do combustível convencional.


A partir de agosto deste ano a curitibana Linha Verde, o mais novo BRT da capital paranaense, entra pra história como o primeiro sistema estruturado do país a testar o uso de 100% de biodiesel em seus ônibus. O acordo, envolvendo a Prefeitura de Curitiba, a URBS (órgão gerenciador do sistema de transportes), as operadoras do transporte, as montadoras de chassis, o produtor do biocombustível, entre outros, foi firmado para garantir os testes preliminares com o B100 em seis ônibus. Segundo a prefeitura curitibana, após as análises preliminares todos os 18 ônibus da Linha Verde, que fazem a linha Pinheirinho - Carlos Gomes, passam a operar com o combustível alternativo. “A cidade vem trabalhando de forma contínua para reduzir a emissão de poluentes pela frota de veículos, adotando, por exemplo, misturas do diesel com biocombustíveis em percentuais entre 20% e 50%. Agora não há mistura, é 100% biodiesel e isso só foi possível com a parceria da URBS e do município com os fabricantes, os operadores, institutos de pesquisa e fabricante e distribuidor de biodiesel”, revelou Elcio Karas, gestor de Vistoria e Cadastro do Transporte Coletivo da URBS.


Prefeito em exercício Luciano Ducci assina acordo inédito.
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O biodiesel é utilizado no Brasil na forma de mistura com o diesel comum. Recentemente o governo federal autorizou o aumento dessa mistura em 4%, caracterizando o combustível como B4. Conforme informações do portal Biodiesel, com a implantação do B4, a demanda saltará dos atuais 1,35 bilhão para 1,8 bilhão de litros anuais. Esse percentual deve chegar a 5% no ano que vem. Algumas fabricantes de motores já realizaram testes com até 50% de biodiesel, porém 100% é algo inédito nessa alternativa, representando um significativo salto tecnológico que abre reais possibilidades para a substituição do petróleo em médio prazo. “O programa curitibano do biocombustível na Linha Verde terá acompanhamento permanente de todas as áreas envolvidas com avaliação de consumo, desempenho e emissão de poluentes”, enfatizou Karas. O biodiesel a ser usado em Curitiba virá da soja e será disponibilizado pela usina BSBIOS, uma das parceiras do projeto. A estimativa é que sejam consumidos 20 mil litros do combustível por mês, podendo proporcionar uma redução de até 50% na emissão de poluentes em relação ao diesel tradicional.


Ônibus Scania rodarão com o B100
Fotos - Secretaria de Comunicação / Prefeitura de Curitiba
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Durante os testes de campo serão utilizados 12 ônibus das empresas operadoras da Linha Verde, a Viação Cidade Sorriso e Auto Viação Redentor, sendo seis veículos (três chassis Scania e três Volvo) abastecidos com 100% do biodiesel e o restante com diesel convencional. Segundo a URBS, todos os veículos serão monitorados sob os mesmos aspectos para análise comparativa direta de resultados da manutenção entre o uso do combustível alternativo e o óleo diesel. Na questão veicular, a Scania está presente em Curitiba com seu novo chassi urbano K310 articulado 8x2. “Para rodar com 100% de biodiesel (B100), não há necessidade de alterações em nosso motor, desde que o combustível a ser utilizado atenda a norma européia EN14214 e sejam seguidos os padrões de serviços e manutenção. Naquele continente vários veículos já rodam de acordo com as especificações solicitadas”, adiantou Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil. A EN14214 descreve as propriedades que o biodiesel deve seguir como aspecto, viscosidade, teor de enxofre, corrosividade, entre outros itens. A montadora ainda informa que seus veículos já rodam normalmente com a mistura B4 e que no laboratório de campo que acontecerá na Linha Verde ela terá participação integral, acompanhando todos os resultados no sentido de se conseguir uma eficaz operação. “Todo combustível que traga comprometimento global com o meio ambiente e conseqüente não cause impactos negativos ao ser humano, é sempre promovido pela Scania e isto ocorre naturalmente quando ofertamos nossa tecnologia a qual está sendo usada agora neste projeto”, disse Pereira.



Wilson Pereira – Para a Scania participar do projeto curitibano deve ser respeitada a qualidade do combustível conforme ANP07 e haja monitoramento das amostras através de análises e qualidade do transporte e armazenagem para garantir a estabilidade do combustível antes do tanque do veículo.
Foto - Scania do Brasil
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Este canal consultou a Volvo, mas a montadora não quis se manifestar quanto ao assunto.
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Empresas e instituições parceiras do projeto B100
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Urbanização de Curitiba S/A – URBS - coordenadora do programa, responsável pela verificação e levantamento de dados técnicos como consumo de combustível e óleo lubrificante e pela medição de fumaça.

Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) - Responsável pelo monitoramento da qualidade do biocombustível segundo os critérios da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O Tecpar ainda determinará a composição química do biocombustível por metodologia apropriada que estará disponível a qualquer tempo para verificação.

Programa Brasileiro de desenvolvimento Tecnológico de Combustíveis Alternativos (Probiodiesel) - Fará o monitoramento e interpretação dos resultados relativos à qualidade do biocombustível e dos dados operacionais e manutenção da frota. Isos se dará com base nas informações do Tecpar, URBS, Secretaria do Meio Ambiente, Volvo, Scania e a BSBIOS, empresa que disponibilizará o combustível às empresas de Curitiba.

Volvo do Brasil / Scania do Brasil - ambas elaborarão um programa específico de manutenção para os ônibus que usarão o B100.

BSBIOS Indústria e Comercio de Biodiesel Sul Brasil S/A - Disponibilizará o biodiesel feito a partir da soja.

RDP - Distribuidora de Petróleo Ltda - Com sede em Curitiba fará a retirada do biodiesel na BSBIOS, transportando-o até Curitiba, para armazenamento e posterior entrega às empresas Redentor e Cidade Sorriso.

Viação Cidade Sorriso / Auto Viação Redentor - Com a concordância da URBS, as duas empresas disponibilizam para os testes doze ônibus - seis Volvo B12M articulados ano 2008, com motor eletrônico de 340 CV e seis Scania K310 8x2 articulado, ano 2008, com motor eletrônico de 310CV.

Fonte – Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Curitiba

3 comentários:

  1. Noutros países, onde há automóveis à díesel, é comum utilizar óleo comestível usado como combustível. Excelente iniciativa, mas demorou demais para algo que não é novidade e com o que os robustos motores de ciclo diesel conseguem trabalhar sem maiores problemas.

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  2. Daniel Ramos de Oliveira8 de agosto de 2009 às 10:07

    Muito legal essa iniciativa de Curitiba,em que os ônibus utilizarem o Biodiesel B100.Mas alguma empresa de Transporte Rodoviario,poderia adotar essa mesma atitude,poderia ser até alguma empresa sediada na cidade paranaense,como a Pluma,Penha,e que tem chassis Volvo e Scania em sua frota,iria ser um boa iniciativa,pra outras empresas fazerem o mesmo.

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  3. eu percebo que não há muita preocupação com vidas humanas, pois se eu fosse um engenheiro jamais contruiria estes veiculos ônibus com piso baixo, motivo ao coledir lateralmente com um caminhão é bem capaz do caminhão passar por cima do onibus se pegar na parte onde é rebaixada, então o que fazer pra os cadeirantes ter a tão chamada acessibilidade fazer uma Rampa no abrigo do onibus ou tenho outra soução na propria engenharia do onibus sem precidar rebaixar o onibus...

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