quarta-feira, 8 de julho de 2009

Lançamento de chassi

A SÉRIE F
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ESTÁ DE VOLTA

Antonio Ferro

A Scania do Brasil retoma a produção para o mercado brasileiro de seu chassi considerado “pau pra toda obra”, o modelo F, com motor instalado na dianteira e ideal para receber carroçarias urbanas (com duas portas) e também do modelo rodoviário.

A relação entre um chassi com motorização dianteira e a marca Scania é antiga. Vem desde os primórdios da montadora em nossa terra, quando foi apresentado o B75 em 1959. Através dos anos esse tipo de chassi não deixou de figurar no portfólio da marca, sendo que muitas versões foram produzidas. Se até 1988 a versão S112, aquela com eixo dianteiro sob o motor, não permitindo balanço nenhum, era a única na categoria, a partir de então a Scania apresentou uma renovação em seu modelo destinado a operações mais severas. Surgia o F112, com o eixo dianteiro afastado para trás permitindo nesse balanço da carroçaria a instalação de porta. 21 anos depois de seu lançamento e após pouco mais de 4 anos sem oferecer ao mercado nacional, a Série F 230/270 está de volta aos nichos urbanos, de fretamento e para linhas rodoviárias de curtas distâncias.

Primeiro chassi da linha F em 1988

Se antes a nomenclatura do chassi revelava a litragem (11 litros) do motor e a geração do chassi (2), agora ela contempla a potência do bloco DC9 (intercooler) com 9 litros e cinco cilindros, que passa a contar com duas opções em potência – 230cv e 270cv, a torques de 1050 Nm e 1250 Nm, respectivamente. A suspensão do modelo é composta por feixe de molas. E por que retornar a comercialização interna desse tipo de chassi, se a Scania o disponibilizou a partir de 2005 somente ao mercado externo? “A demanda por chassis (acima de 14 toneladas) com motores dianteiros mantém-se muito aquecida. Queremos com a retomada de oferta ao Brasil reconquistar o espaço perdido e antigos clientes, oferecendo um produto ideal para quem procura robustez e reduzido custo operacional”, destacou Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil. E não é para menos. Somente em 2008 foram quase 10.000 chassis dessa categoria vendidos no Brasil.

Chassi Robusto para aplicações severas

O novo chassi incorpora uma série de itens para promover otimização operacional e melhores condições de dirigibilidade. A Scania adotou a tecnologia embarcada como forma de rentabilidade. O sistema de comunicação CAN (Computer Aided Network) interage entre o chassi e a carroçaria, permitindo a diminuição do número de fiações e conexões elétricas. Através dele alguns aspectos de fundamental importância, como o gerenciamento do motor, dos freios, da velocidade, entre outros, trabalham em perfeita sinergia. “Com isso temos mais informações disponíveis, diagnósticos mais eficientes, menor possibilidade de falhas, maior confiabilidade e amplos benefícios ao transportador”, disse o engenheiro João Paulo Dionelo, da Engenharia de Vendas da Scania. Outro detalhe é que o chassi vem equipado com computador de bordo, que informa dados da viagem (quilometragem total, consumo, velocidade média), dados instantâneos (pressão do óleo, do freio, tensão da bateria) e configurações (quilometragem de manutenção, configuração do painel e códigos de falhas), sendo que seu controle está instalado no volante, proporcionando conforto ao motorista ao utiliza-lo.


Wilson Pereira – O motor Scania está adequado para receber encarroçamento com ar condicionado sem perder torque nas mais variadas operações, com desempenho superior em qualquer condição.

A configuração da Série F ainda enfatiza o APS (Sistema de Processamento de Ar), exclusivo módulo de gerenciamento do compressor de ar que se comunica com a unidade de comando do motor, não retirando potência do bloco em momentos necessários, como em subidas. Nesse caso o compressor não trabalha, mantendo a segurança exigida na operação. A nova central elétrica, em comparação com a série anterior, é compacta, simples e adaptada facilmente a qualquer operação. O posto do condutor tem uma nova proposta idealizada dentro de uma moderna ergonomia, com espaço de folga e fácil acesso aos comandos. Foi projetado para pessoas com estaturas que variam entre 1,5m até 2,0m. O novo volante permite 15 posições de ajustes (feitos pneumaticamente) e facilidade de entrada e saída do cockpit. A montadora dispôs os pedais de freio, acelerador e embreagem de modo suspenso, não provocando desgaste muscular das pernas do condutor e proporcionando facilidade de limpeza na área. O painel de instrumentos tem conta giros com lâmpadas Led’s representando a faixa verde dinâmica, o que corresponde ao melhor desempenho do motor. O motorista ainda conta com a transmissão manual produzida pela própria Scania – caixa G701 com seis velocidades. O sistema de freios é a tambor, com controle pneumático, mas, opcionalmente, pode possuir o ABS, para maior segurança em trajetos estradeiros.


Maior potência na categoria de chassi pesado com motorização frontal.

Os testes de campo com os chassis F 230/270 atingiram a marca de 500.000 km rodados sem, de acordo com informações da Scania, nenhum desvio encontrado no sistema elétrico, freios, motor, caixa de transmissão e suspensão. Dionelo observou que o chassi pode apresentar um resultado salutar em consumo de combustível frente a outros modelos convencionais de ônibus. “O consumo de combustível é sempre resultante das condições de carregamento versus condições topográficas das linhas. Em condições de grandes lotações e topografia adversa, acreditamos poder oferecer excelentes níveis de consumo em relação à concorrência”, manifestou. A montadora não adiantou qual será o valor de aquisição do produto e nem a expectativa de vendas. Apenas revelou que o departamento de marketing disponibilizará aos clientes as qualidades do veículo a um preço condizente e muito próximo da concorrência. Resta saber se uma versão articulada, com motor de maior potência, possa ser uma outra surpresa da marca para os próximos meses.


Caso a montadora venha, no futuro, a ter uma versão 6x2, o eixo de apoio terá suspensão pneumática.
Fotos - Scania/Divulgação
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Por dentro do chassi F
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Comprimento - 9.860 (11.620 opcional)
Encarroçamento final – 13,20m
Motor - Scania DC9 13 230
Potência - 230 cv (169 kW) @ 1.900 rpm
270 cv (198 kW) @ 1.900 rpm
Torque - 1.050 Nm @ 1.100-1.400 rpm
1.250 Nm @ 1.100-1.400 rpm
Transmissão - Scania G 701, manual com seis velocidades.
Capacidade técnica kg:
Eixo dianteiro- 7.500
Eixo traseiro- 12.000
PBT - 19.500

12 comentários:

  1. Não gosto de motor dianteiro, mas reconheço e atesto as qualidades operacionais do chassi.

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  2. Daniel Ramos de Oliveira8 de julho de 2009 às 14:35

    Pra mim demorou pra a Scania voltar com a linha F,eu apesar de gostar mais dos chassis de motores traseiros,adoro a linha F e todos os modelos que já fizeram parte dessa linha,pra mim o melhor e todos sem duvida é o F113.E não duvido nada que a Scania traga o F310 Articulado(provavelmente esse será o nome),já que atualmente ta virando moda os articulados com motores dianteiros.É bom a Mercedes-Benz e a Volksbus se cuidarem,que o Rei da Estrada tá de volta na briga.

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  3. Deveria ser extinto as chassis de motor dianteiro para ônibus urbanos, mas fazer o quê! o Brasil prefere se manter assim.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. A demanda dos caminhônibus de 17 toneladas cresceu muito nos últimos tempos devido a falta de opções mais econômicas no mercado para os chassis de motor traseiro. E todos sabemos que a Scania por ter produtos de excelente qualidade, tem um custo operacional muito alto. Vai ser muito difícil convencer empresários que contam com um caminhônibus com motor de apenas 4 cilindros, trocarem por um bólido de 9 litros. Com isso, imagino que essa linha F não vai ter o sucesso esperado.

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  6. Tambem não gosto de onibus com motor dianteiro, mas a linha F da Scania tem um certo charme pela robustez do chassi fazendo a carroceria para uso urbano ter na maioria das vezes 3m40 de altura,continuando...quando a Scania resolveu não mais comercializar a linha F no Brasil, Mercedes e Volks deveriam ter feito o mesmo, mas quem sou eu pra sonhar que isto fosse possível.

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  7. Aqui em bh só tem aquisição de ônibus com motor dianteiro MB e VW e infelizmente só tem um F94 na RMBH do ano de 2000, agora com a volta da série F da Scania talvez eu possa ter a felicidade de andar em um veículo que mereça respeito.
    Vamos torcer para que dê certo, e se der, não ficaremos mais orfãos de uma das melhores e se não a melhor marca em chassi do mundo.

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  8. Onibus com motor dianteiro deveriam ser banidos
    da face da terra. São verdadeiros caminhões, não servem pra transportar pessoas, porém, são os empresarios quem mandam nesse país.Enfim....

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  9. quanta ignorancia.... motor dianteiro pode ter uso indicado para terrenos mistos e o principal, vcs sabem a diferença de preço entre um motor dianteiro e um traseiro????? panacas

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    1. Não importa,essas empresas deveriam no mínimo oferecer conforto e segurança para o passageiro, afinal, não somos cargas para sermos transportados como tal.
      aliás, pensam que não mas eles tem dinheiro, é fácil perceber pois com a proibição dos articulados dianteiros num estante passaram a comprar ônibus decentes; isto é, motor traseiro e suspensão a ar.

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  10. O Scania motor dianteiro e 13 metros de comprimento é ideal para ruas esburacadas e subidas íngremes. Câmbio automático ou suspensão a ar não aguentam o tranco da superlotação nessas condições onde carrocerias longas, no transporte bairro-centro, são indispensáveis, além de proporcionar um rodar mais confortável devido ao maior entre-eixos. Melhor ainda se o chassi for um F310-6x2.

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  11. Esqueci que o SCANIA F6x2 não tem suspensão a molas, mas a ar.

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