sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sistemas urbanos



LINHA VERDE É O
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NOVO BRT DE CURITIBA




Imagem - Divulgação/Secretaria de Cominicação Prefeitura de Curitiba


Por Antonio Ferro
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Antigo leito da BR 116, no trecho urbano de Curitiba, dá lugar a uma moderna via exclusiva para ônibus, consolidando a cidade como pioneira nesse tipo de transporte.


A capital paranaense Curitiba ganhou recentemente a Linha Verde, o mais novo corredor exclusivo para ônibus, o sexto por sinal, em seu consagrado sistema de transporte coletivo sobre pneus. Ligando o bairro do Pinheirinho ao centro da cidade, no terminal Carlos Gomes, as novas canaletas possuem 9,4 km de extensão, permitindo a integração com outras 11 linhas de ônibus, atendendo a região do eixo sul de Curitiba, o mais carregado do sistema, segundo informações da gerenciadora do transporte URBS (Urbanização de Curitiba). De acordo com pesquisas realizadas por ela, 28% dos passageiros que saem do Terminal Pinheirinho têm o Centro como destino e com a integração nas novas estações, a previsão é uma redução na demanda sobre o Eixo Sul, o que significará ônibus menos lotados em horários de pico. Entre os dois extremos da Linha Verde a viagem durará 25 minutos, 10 a menos do que o tempo gasto para percorrer o mesmo trajeto por outras vias. Marcos Isfer, presidente da URBS, revelou que as novas canaletas são um novo marco no tradicional transporte curitibano. “Quatro momentos marcam de forma definitiva a história do nosso transporte. A implantação das canaletas, em 1974; a entrada em operação dos ônibus articulados e dos biarticulados, na década de 80, e, agora, a implantação deste sexto eixo de transporte, esta moderna avenida, com uma nova linha de ônibus, trazendo transporte e desenvolvimento econômico e social para toda esta região, com benefícios para a cidade inteira”, enfatizou o executivo da gerenciadora. O tempo de operação entre os articulados será de quatro minutos no horário de pico e dez minutos nos outros horários.

Ônibus – os diferenciais


Divulgação/Secretaria de Comunicação Prefeitura de Curitiba

A primeira fase da Linha Verde (investimento de R$ 130 milhões) não apenas contempla a maior rapidez e conforto nos deslocamentos dos usuários desse novo sistema. Ela também traz inovações que beneficiam o meio ambiente e o desenvolvimento da região onde está implantada. Os ônibus articulados são maiores, projetados de acordo com as necessidades das novas estações tubos. São 18 ônibus com 20,30 m de comprimento, dois a mais que os chassis normais produzidos pela Scania e Volvo, fornecedoras dos veículos para o novo sistema. Um detalhe diferencial é o uso de seis unidades do articulado 8x2, ou seja, com 4 eixos, veículo desenvolvido pela Scania especialmente para um sistema considerado modelo em soluções para o transporte urbano. A montadora acrescentou um eixo a mais no segundo módulo de seu chassi K310, que após encarroçado, pode transportar até 186 passageiros. Possui controle eletrônico da rótula de articulação para evitar trepidações e freadas bruscas, além de câmbio automático. Também como novidade na Linha Verde é que os chassis Scania podem ser considerados como veículos “Flex”, pois trazem motores aptos a receberem como combustível o diesel comum ou o biodiesel, provindo ou não do óleo de cozinha, desde que atenda as normas da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Segundo informações da URBS, o uso do biodiesel nos novos articulados reduzirá em até 60% o índice de poluentes se comparados aos veículos tradicionais. A Volvo também fez sua estréia na questão de biocombustíveis em seus chassis para ônibus. São 12 unidades do modelo B12M 6x2 dotados com motores também preparados para receber 100% de biodiesel.


Divulgação/Secretaria de Comunicação Prefeitura de Curitiba

A infra-estrutura desse novo sistema contempla ainda outras características interessantes, como as sete estações tubos formadas por dois tubos germinados com circulação entre os dois espaços, dotadas de vidros com película que reduz a incidência solar e aumenta o conforto térmico e chapas de aço com material isolante na cobertura dos tubos, câmeras de segurança ligadas a uma central de monitoramento, sistema de captação de águas das chuvas para utilização na limpeza do terminal e sistema ecológico de climatização e renovação do ar a cada 90 segundos. “Uma maneira de se reduzir a temperatura interna com um sistema ecologicamente correto, pois utilizamos a água da chuva, armazenada em reservatórios, para resfriar o ambiente”, revelou Wilson Justus, coordenador de obras da Linha Verde. O pavimento das vias exclusivas é de concreto, tornando Curitiba um exemplo nacional na aplicação desse material em sistemas urbanos de ônibus. Nas estações tubos há faixas de ultrapassagens que permitem maior rapidez no fluxo dos ônibus. A Linha Verde ainda proporciona dez quilômetros de ciclovia, sendo seis em via exclusiva e outros quatro compartilhados ao longo de seu trajeto. A prefeitura de Curitiba já recebeu sinal verde para um novo financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e à Agência Francesa de Desenvolvimento para a segunda etapa da Linha Verde, que estenderá o novo eixo de transporte até o bairro de Atuba, totalizando 18 km de corredores exclusivos. “Curitiba inovou ao direcionar o desenvolvimento a partir dos eixos de transporte. Com a Linha Verde, a prefeitura cria mais um eixo de transporte e desenvolvimento, porque com o ônibus vem também o crescimento dos setores de comércio de serviços, mudando o perfil da região, como começa a acontecer neste caso”, concluiu Isfer da URBS.

As estações tubos


Divulgação/Jaime Lerner

Com o trocadilho que os passageiros entram pelo tubo, que nada tem a ver com algum tipo de constrangimento, as estações tubos fazem parte do cenário curitibano desde 1991, quando foram apresentadas junto ao novo sistema Ligeirinho pelo então prefeito Jaime Lerner. Acontecia naquele momento uma revolução ao substituir os pontos de ônibus convencionais construídos em concreto e cobertura de acrílico/telhas de fibro cimento, sem o mínimo de comodidade ao usuário da rede de transportes da cidade, por um moderno e audacioso projeto de plataforma elevada. Com a nova forma de infra-estrutura, procurou-se agilizar fluxo dos passageiros, pois o cobrador se localiza logo no acesso de cada estação e o embarque e desembarque são ao nível do piso dos ônibus. A conexão com os veículos se faz através de duas plataformas em cada porta – uma fixa, instalada na própria estação tubo e outra móvel, tipo ponte medieval, implantada em cada porta dos ônibus.

Os Ligeirinhos


Divulgação/Secretaria de Comunicação Prefeitura de Curitiba

A prefeitura de Curitiba ainda anunciou que está promovendo amplas reformas nas estações tubos da linha Inter2 (extensão de 37,8 km entre os terminais do Cabral e Centro Cívico, passando por 12 bairros), responsável pelo transporte de mais de 77.000 passageiros diariamente. As estações ficarão maiores, com 11 metros de comprimento e três portas, adaptadas para receberem os ônibus ligeirinhos articulados. Nos próximos meses, 40 novas unidades desse modelo entrarão em operação na Inter2, com capacidade para transportar 160 passageiros. Outra novidade fica por conta da climatização das novas estações e no aumento da altura das mesmas, que proporcionarão um ambiente mais agradável em dias quentes ou frios.

4 comentários:

  1. Que tristeza! E eu tenho que me contentar com o de Goiânia, que além de horroroso é dos mais caros do país, R$2,25. E ainda vieram com o tal "frescão", que cobra R$4,50 por um microônibus com ar condicionado e estofamento de tecido. Há dias em que volto à pé do trabalho e nenhum ônibus de linha alguma passa por mim.
    Curitiba é civilizatóriamente mais longe de Goiânia do que em quilômetros.

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  2. é quem sabe esse sistema também não é implantado em Minas Gerais?,acesse gracilianopassos.blogspot.com

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  3. É tudo oba-oba... E qual a razao de nao adotar ônibus híbridos já disponibilizados por fabricantes nacionais??

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  4. ha como eu queria que o rio de janeiro fosse assim

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