quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

História


Inspiração norte-americana, produto brasileiro

Por Antonio Ferro

Dentre os principais métodos administrativos e operacionais na governança da Viação Cometa nos idos dos anos 60, a padronização foi um procedimento adotado como forma de equacionar a relação faturamento/custos e consequentemente os lucros obtidos. Mas foi na área de veículos que a empresa deu um significtivo exemplo. Quando a década terminava, a idéia de operar um único tipo de ônibus começou a ser pensada pelos gestores da empresa paulista. Ela idealizou um modelo de ônibus rodoviário que cumprisse todos os seus requisitos nas viagens de longas distâncias, que não passavam de 600 km, mas que deveria oferecer conforto, segurança e rapidez.



Fotos P/B Cid José Beraldo

A marca de chassi utilizada foi uma das primeiras questões na abordagem do tema, através da parceria com a Scania. Logo um modelo de carroçaria era essencial para combinar com a parte mecânica escolhida. Experiente na operação rodoviária com ônibus importados até 1973, quando foi aposentado o GM Coach PD 4104, a empresa paulista visualizou uma oportunidade de agregar dois conceitos de ônibus norte-americano – os GM’s Coach PD 4106 e 4107, ambos com uma estética referenciada e um projeto estrutural que proporcionava uma significativa redução no peso, com efetivos resultados positivos na economia de diesel e na rapidez das viagens – em um veículo único a ser produzido em terras brasileiras.


O desafio de se construir o novo ônibus ficou a cargo da carioca Ciferal, antiga fornecedora de carroçarias para a Viação Cometa. E o resultado recebeu o nome de Dinossauro. Um protótipo (fotos em preto e branco) foi produzido e colocado em operação. O modelo ainda não contava com o chapéu dianteiro rebaixado, mas já adotava outros elementos encontrados até o ultimo Flecha Azul fabricado em 1999, como a larga utilização do alumínio em sua construção e poltronas em couro. Uma versão secundária (e definitiva nas linhas externas) do Dinossauro, como pode ser vista na foto em cores, foi apresentada depois. Na mesma época a Scania apresentava ao mercado brasileiro o seu novo chassi com motor traseiro (até então só fabricava modelos com motor dianteiro), denominado BR 115 e depois BR 116, uma oportunidade para comprovar a boa relação entre as duas empresas.



Reprodução (arquivo Tony Belviso)

Do Dinossauro ao Flecha Azul, uma inspiração norte-americana com contornos brasileiros que transformaram o ônibus em referência no transporte rodoviário de passageiros.


Tony Belviso

3 comentários:

  1. E ai blz?Eu gostei muito desse novo espaço,o Blog Do Espaço Deonibus já era muito bom e agradável pra leitura,agora com o AutoBus ficou ainda melhor.E gostei muito dessa matéria sobre o Flecha Azul e o Dinossauro,a marca da veradeira Cometa.É uma pena que atualmente a CMA não exista mais e a combinação Cometa-Scania também.

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  2. Parabéns pelo novo espaço... Já viciei !!!

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  3. Antonio, sou seu fã e a cada instante você reforça em mim e em uma legião de outros essa admiração. Parabéns pela criatividade, pela evolução, pela versatilidade. Em breve, por que não, a edição de revistas reais além das virtuais?
    Antonio C. Kaio Castro
    Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro

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